Wednesday, June 10, 2009

"O MILIONÁRIO DE LISBOA" MAIS ALIVIADO

Vista do teatro das Laranjeiras

Ontem saiu na revista Sábado um trabalho jornalístico resultante da minha primeira entrevista.
Foi um alívio.
Não porque duvidasse da qualidade do trabalho jornalístico de Raquel Lito, que foi excelente. Mas fiquei aliviado nem sem bem porquê.
Mais do que com os anteriores livros, vivi estes últimos tempos angustiado com a apresentação pública do meu trabalho. Penso que por um lado senti uma responsabilidade acrescida pelo facto de o último Távora ter sido tão bem recebido: não podia agora defraudar as espectativas dos leitores.
A angústia entrou ainda por outra via. E passo a explicar. A primeira biografia que escrevi, Norton de Matos, foi sobre uma pessoa da minha família: é como jogar em casa. Segui-se a vida de Pina Manique e depois “O Último Távora”. O primeiro lá nos confins do sec. XVIII, para além da descrição dos seus defeitos e qualidades, teve a sua imagem reabilitada pelo meu trabalho; o segundo não teve descendência directa, apenas representantes colaterais que aliás me ajudaram bastante, e fosse o que fosse que eu tivesse escrito não apareceria nunca um tetraneto a chamar-me á pedra.
Com Joaquim Pedro Quintela é diferente. Tem imensos descendentes, alguns dos quais me franquearam as portas de suas casas disponibilizando-me todos os elementos de que dispunham.
Ora acontece que nunca em nenhum dos outros livros escrevi com uma tão grande sensação de liberdade como neste que trata da vida do conde de Farrobo: misturei ficção e realidade como muito bem me apeteceu e saboreei essa liberdade como um prazer supremo, uma sensação fantástica.
Qual o reverso da medalha: na minha cabeça imaginava os Quintelas todos a pensarem “Vamos lá a ver o que é que este gajo escreveu sobre o nosso antepassado?”
Não lhes sei dizer porquê, mas com a saída deste primeiro artigo/reportagem a tal angústia desvanesceu-se, sinto-me leve como uma pena e dou por bem empregue o meu trabalho e a minha liberdade.
Vendo bem, também ajudou muito o facto de o José Diogo Quintela ter aceitado o convite para apresentar o meu livro e o representante directo do biografado, João Pedro Quintela Saldanha, ter contribuído com as suas declarações para o artigo que o Sábado publicou.

3 comments:

APS said...

Caro José Norton

Os meus parabéns pela recente publicação de "O MILIONÁRIO DE LISBOA".
Li hoje no CM a notícia, fiquei satisfeito, assim que estiver á venda vou adquirir.
A fachada do Teatro de S. Carlos, também está óptima.
Um abraço
APS

José Norton said...

Muito obrigado. Espero que o meu livro também contribua, como o seu blog, para a história de Lisboa.

quintela said...

olha estou loga que o livro(o mibraçolionário de lisboa)venha chegar ate o brasil, aqui tem muito quintela e estamos anciosos pela chegada deste livro aqui,nos da familia quintela agradeçemos.um grande abraço de todos aqui do brasil.elana quintela