Wednesday, December 26, 2007

JOANA DE TÁVORA - MISTÉRIO OU TALVEZ NÃO











O filho dos marqueses de Távora, Luís Bernardo, o marquês novo como se dizia, foi executado com os Pais em Janeiro de 1759. A mulher, que tinha sido ou era ainda amante do rei D. José, foi apenas (?) metida num convento.
Além de marido e mulher eles eram parentes próximos. Muito próximos, pois ela era também tia do marido!!
Teresa Tomásia de Távora e Lorena era irmã do marquês velho, pai de Luís Bernardo. Confuso pode ser, mas é verdadeiro.
Entretanto o casal tinha uma filha que curiosamente não aparece muito nos manuais de genealogia, chegando a dizer-se que não houvera descendência do casamento. Joana Bernarda de Távora viveu com a Mãe no convento pelo menos até à morte do Rei. Daí para a frente não sei mais nada. A menina não deve ter casado e ambas, Mãe e Filha, se perderam no tempo, varridas da memória dos homens.
Ficou apenas uma carta dirigida a Joana (onde a lápis se esbreveu "filha dos marqueses de Távora" entenda-se dos maequeses novos) pelo 2º marquês de Alorna, escrita com certeza depois de 1777 e que se relaciona com as diligências que este desenvolveu para reabilitar os Távoras: “... fazia tenção de ir a Lisboa na sexta feira para um negócio importante em que VExa. tem a maior parte”.








Tuesday, December 11, 2007

INVASÕES FRANCESAS - OS PORTUGUESES EM FRANÇA


Há duas ou três semanas o programa “Câmara Clara” abordou as Invasões Francesas. Foi muito interessante e sobretudo gostei de ouvir a Dra. Maria de Fátima Bonifácio destruir uns quantos lugares comuns sobre aqueles acontecimentos e que muitas vezes são utilizados em público por quem não sabe da matéria. Por exemplo a ideia de que a saída da Corte foi precipitada quando ela estava mais que preparada desde meses antes. E ainda a tendência que há em caricaturar até ao limite a figura de D. João VI esquecendo ou minimizando o que de positivo fez no meio daquele terrível vendaval político, nomeadamente a saída da Corte e as transformações que imprimiu ao Brasil.
Fez melhor do que a Corte espanhola que se foi positivamente entregar nas mãos de Napoleão.
Só fiquei triste quando a Paula Moura Pinheiro lamentou que ninguém depois de Ribeiro Artur em 1901 tivesse escrito sobre os militares portugueses que se juntaram ao exército imperial, combatendo na Europa, fazendo parte da Grande Armée, chegando à Rússia e sofrendo as agruras da retirada. É que não posso enfiar essa carapuça.
No problem.
Vou voltar ao assunto no próximo Actual (Expresso) a propósito da “Lègion d’honneur” condecoração criada por Napoleão para aqueles que prestavam à França serviços relevantes. Apresento uma lista, certamente incompleta de militares portugueses que receberam essa distinção e abordo um pouco um tema que me parece interessante: o que se passou depois com esses homens. Desta questão, sim, têm-se falado ainda menos.
Quanto ao meu “Último Távora”, o marquês de Alorna, que recebeu o grau de comandante da dita “Lègion d’honneur” o que se passou depois, está contado no livro e terminou com a sua morte, o esquecimento e uma certa deturpação do que foi a sua vida.

Tuesday, December 04, 2007

"O Último Távora" em Braga e Porto

No passado fim de semana tive a satisfação de ver “O Último Távora” referido, não só no “Notícias da Manhã”, jornal da área metropolitana de Lisboa, como também em dois diários do Norte - o Notícias e o Janeiro – a propósito da publicação no Brasil.

http://jn.sapo.pt/2007/12/02/cultura/jose_norton_editadono_brasil.html

Que bons auspícios!
É que no dia 9 de Dezembro vou andar por lá, dividindo a tarde entre a FNAC de Braga e o Corte Inglês de Gaia.
Ainda que os Távoras fossem oriundos de Mogadouro o 3º marquês de Alorna não andou pelo Norte.
Havia contudo uma ligação ainda que ténue e que vou referir por curiosidade.
Nas minhas investigações soube que a família Alorna recebia os rendimentos de uma comenda em Souto de Rebordões, concelho de Ponte do Lima. Interessante.

Saturday, December 01, 2007

Pulido Valente arrasa. Miguel Sousa Távares vende.

Saiu no Expresso (Actual) deste sábado um conjunto de entrevistas com historiadores, críticos, escritores e um cronista sobre o “combate” Sousa Tavares - Pulido Valente. Que tem “O Último Távora” a ver com isto? Talvez apenas a História e pouco mais.
Ironizando em causa própria, retive contudo a última parte do depoimento a cargo do arguto Miguel Esteves Cardoso, que aqui reproduzo:
“O V.P.V. aproveita o espaço que o jornal lhe dá para uma crítica a um livro sobre um período que conhece muito bem (para ele deve ser aflitivo ver ao longo dos anos os mesmos erros repetidos) e aproveita para corrigir uma série de preconceitos errados que todos temos. E o que temos aqui é um Vasco culto e genial a fazer a revisão de um romance. É muito útil como sabatina. Claro que isto é o pesadelo de qualquer escritor.”
O sublinhado é meu, e só em sentido muito lato é que serei escritor. Mas uma coisa vos digo com certeza.
Posso ter, e tenho às vezes sonhos maus, como dizia em criança, mas estou muito longe de um “pesadelo” de cem mil exemplares ainda que com o V.P.V. à perna!